sábado, 31 de março de 2012

O nascimento da inventividade

Sempre quis escrever um texto literário, mas apenas o que consegui até hoje foi blasfemar contra a boa Literatura Brasileira; mataria até um Imortal da Academia, se ele não tivesse esse adjetivo/título/adjetivo, sei lá…
Particularmente tenho apreço pelas narrativas curtas, gosto muito de lê-las, mas sempre me vem o ‘Senhor Bom Senso’, que, “Graças a Deus!”, me faz parar e não ser subjugado pela mediocridade inventiva. Paro e lanço mão da borracha, aliás, da borracha não, da tecla ‘Delete’; acabo com aquilo que seria o meu opróbrio, motivo de chacota para toda a crítica literária; ou o pior, seria uma apresentação vexatória contra toda produção verdadeiramente literária já escrita nesse solo da Pátria Mãe Gentil.
Deixo a literatura para os literatos e dedico-me a leitura junto aos ledoratos.
Agradeço à Luci Afonso, pois não me deu o papel e a caneta e disse escreve… me deu sobre o que escrever.
Assim nasci para os textos literários, me deram a luz sobre o papiro e a pena.
Claro está que isso é só lirismo, pois isso escrevi no teclado e não no papel a caneta, a final: “as crianças de hoje em dia já nascem de olhos aberto… só faltam sentarem à mesa com um computador.”
Bom, enquanto não me aventuro pelos contos, vou cronicando…
Rio de Janeiro, 23 de março de 2011.
Michel Pires
Luci Afonso escreve no blog http://luciafonso.blogspot.com

sexta-feira, 30 de março de 2012

Admirável mundo novo

Um dia você chega num mundo novo...

Faz uma primeira observação - "as pessoas são diferentes aqui!" - e nem se questiona - "mas não são sempre assim?"

O modus operandi é diferenciado, todos aparentam ter uma postura melhor nas suas cadeiras e no seu computador.

Até as cadeiras parecem melhores...

Num segundo momento, observa que outros se sentem como você, acham que este é o El Dourado, o Éden tão esperado.

Até as persianas parecem melhores que as de outrora...

Se admira com as novas tecnologias aplicadas no dia a dia, a final está no centro do seu mundo corporativo, numa posição desejada, invejada até.

Você está justaposto no lugar mais desejado, é o pico mais alto para os alpinistas, é a onda mais perfeita para  o surfista, o "buraco da terra" em que espeleólogo algum jamais entrou.

Um dia você começa a ver coisas que você não havia reparado antes naquele lugar, mas não é verdade, aliás você já tinha observado aquelas coisas em todos os outros lugares que já havia passado, só que ali o espelho d'água escondia as profundezas.

Um dia você chega num mundo novo e percebe que nem é tão novo assim.